ESQUECIMENTOS
- Nas paredes de casa, nenhum quadro, nenhuma foto ou fresta de rosto. Tudo liso e um chapéu de palha num prego, soberano como capote em velório. O chapéu de palha era o único retrato que restou da família.
- Eu pegava amora dobrando a camisa, que ficava encardida de licor e musgo. Na cintura do cesto, anoitecia o sol da gola. Ao chegar em casa, o uniforme da escola entrava no castigo, dias de molho, embriagado de vinho. Não curava a ressaca na espuma. Nunca se alfabetizou.
quinta-feira, 7 de janeiro de 2010
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