quinta-feira, 7 de janeiro de 2010

3/1/2004 08:34:17 AM

FERNANDO


Pensei que fosse uma carta apenas. Pretendes te corresponder a toda hora? Que tal o correio eletrônico? Não, dirás que carta tem relevo. Eu já sei tuas respostas, mas fico a esperar teu jeito de dizer cada uma delas. Mudas o sentido das palavras unicamente com a pronúncia. Por favor, não venhas colocar a carta debaixo da porta, é ridículo.


Eu preferia ouvir tudo de uma vez. Eu não sei argumentar quando sinto e não sei sentir quando argumento. Quantas noites me exigiste desculpas e eu as dei antecipadas afim de me livrar de tuas cobranças? Contigo, eu aprendi a fingir que não tenho prazer, a ser difícil. Por que me tratas como se fosse a discordância de uma criança e seu castigo prometido? Teimas que eu tire os óculos escuros para te olhar, mas só o queres para entrar em tua escuridão. Tuas manias são extremamente orgulhosas como as minhas. É só dizer que estou errada que erro de vez. Erro só para que isso seja uma verdade, para te fazer mentir menos. Nunca voltas logo. Resisto em escrever porque escrever é tua maneira de se distanciar de mim.


Beijos

Aline

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