quinta-feira, 7 de janeiro de 2010

2/29/2004 10:57:42 AM

FERNANDO


Mais estranho é ter que falar sem teus olhos a interrogar, com teu ar surpreso de quem ainda não aprendeu o nome daquela árvore ou pássaro. Eu sempre me perguntei se tua dificuldade em aprender não vinha de tua arrogância de querer ensinar. Sei lá. Não escrevo como tu, mas escrevo em ti. Não entendes minha letra, é verdade, acalento a esperança que um dia possa ler tudo o que não escrevi. Eu não sei convencer que vivi com minhas palavras, talvez eu procure tuas palavras para me julgar melhor do que sou. Me emprestas coragem, viste? Na verdade, eu não te amo, mas só sei amar o mundo através de ti. Acho que os restaurantes deveriam mudar suas alas para falantes e não-falantes. A última, com certeza, teria fila de espera. Eu aliso a aliança. Ela ainda coça, sabias? É tua mão suando na minha.


Beijos


Aline

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