NO TREM
Fabrício Carpinejar
Ele ficou estranho, em dúvida entre as lixeiras de material orgânico, lata e papel. Estação deserta, de madrugada, cinco horas e alguma coisa. Ele dava um passo e engatava outro, como se não houvesse passarela para atravessar o próprio sangue. Olhava a legenda de material seletivo e não se decidia. O trem já sinalizava chegar. Apressado, levantou os bolsos, fez de conta que iria tirar um papel e mijou longamente em uma das cestas. Escolheu a de lata. Não deixa de ter sentido.
quinta-feira, 7 de janeiro de 2010
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