A LUZ COMO SOM
Fabrício Carpinejar
Vicente não é ele, é a água que ensina. A água não é a água, é o barulho do vento. O vento não é o vento, é o roçar das árvores. Os cílios ciscam o mar antes do mar. Seu olhar amansa até o que não nasceu. Ele toca a camisa molhada e descobre que é um dia diferente. Um dia para correr riscos, para escorregar na grama, um dia desajuizado como deveria ser a infância em qualquer dia. Ninguém está dizendo: "cuidado com a água, cuidado para não se sujar". Ninguém está o impedindo com negativas e censuras. Não há ali pai, não há ali mãe, mas apenas ele e a luz como som, como clareza.
quinta-feira, 7 de janeiro de 2010
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