QUARTA COLINA:
SOLIDÃO A DUAS VOZES
Gravura de Magritte
Fabrício Carpinejar
Eu esmolo o passado
como meu futuro.
Obedecia a rapidez do sangue.
Antes de apodrecer a luz,
engolia tua altura de árvore.
Eu te vi dormindo ao meu lado,
suspiro da planura.
Eu lia tua nudez dormindo
mais do que o livro.
A lamparina da lã.
Folheava as páginas
com tua respiração.
Fazia culto das chuvas.
Pássaro saudoso
do impulso.
Balançava os ouvidos
em tua altura de árvore.
Faria rédeas da forca
em tua altura de árvore.
Tua pele de pão molhado.
Teu tronco firme como dentes.
E as limas dos joelhos
banhados de sol recente.
Converteu-se em vapor,
o espelho,
seguindo
a névoa da bacia.
(Nova versão de poema de "As Solas do Sol")
quinta-feira, 7 de janeiro de 2010
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