quinta-feira, 7 de janeiro de 2010

9/1/2005 11:21:46 AM

MÁQUINA DO MUNDO


Está no ar a edição de setembro de Máquina do Mundo, revista digital de poesia. A publicação chega ao seu quarto número, com inéditos de Armando Freitas Filho, Fernando Paixão, Neide Archanjo, Horácio Costa, Angela Leite de Souza, Antônio Moura, Celso Gutfreind, Nei Duclós, Edimilson de Almeida Pereira, Flávio Viegas Amoreira, Jorge Lucio de Campos, Paulo Vieira, Prisca Agustoni, Ricardo Lima, Sergio Mello e Sergio Napp.


A idéia é oferecer um panorama da produção lírica contemporânea brasileira, portuguesa e da América Latina. Edito a revista com Roberto Schmitt-Prym.


Editorial


AGORA


Talvez seja mais válido comprar o tempo do que perdê-lo. Comprar o tempo em um jantar chique, com vinho de safra prodigiosa e menu com sotaque. Não para a poesia, que perde o tempo para ganhá-lo. A quarta edição de Máquina do Mundo oferece pedaços de história, ruínas de pássaros, florestas marinhas. Autores consagrados como Armando Freitas Filho, Fernando Paixão, Neide Archanjo e Horácio Costa apresentam inéditos e costuram por dentro as epifanias, para que ninguém enxergue o que não é palavra curada de sabedoria. Quem reclama do vazio e da falta de originalidade do cenário contemporâneo vai morder a língua. É possível descobrir as surpresas da renovação poética com Angela Leite de Souza, Antônio Moura, Celso Gutfreind, Nei Duclós, Edimilson de Almeida Pereira, Flávio Viegas Amoreira, Jorge Lucio de Campos, Paulo Vieira, Prisca Agustoni, Ricardo Lima, Sergio Mello e Sergio Napp.


Persiste a antipatia de pensar a poesia brasileira como um estacionamento reservado a alguns eleitos. Paga-se a multa, mas não se cala a boca. A poesia aqui estaciona na frente de uma garagem e não deixa ninguém sair de casa até resolver o ódio. Procura provocar o vizinho, tirá-lo de sua comodidade, fazê-lo encontrar na raiva a agitação necessária da paixão. Só a paixão perdoa e redime. Ansiedade no lugar da indiferença, passionalidade no lugar da omissão. Comer frio nem depois de morto. E depois de morto, tanto faz, estaremos mesmo de jejum.

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