FAZ-DE-CONTA
Da série DIÁRIOS DE UMA VIAGEM POR VOLTA DA BOCA
Gravura Klimt
Fabrício Carpinejar
Estender o colar na mulher é acalmar uma cidade em seu pescoço. Fazer lento o gesto para não lascar a labareda. Ser discreto como uma ausência que se duvida. Contornar as costas de leve, deixar as contas descerem ao declive da encosta, água em sua forma mais tranqüila. Vidro alumiado. Cercear como um violino, sem ameaçar como o vinho. Nada pode ser mais fiel. Quando se arde, o nevoeiro já é a noite.
quinta-feira, 7 de janeiro de 2010
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