A BOLA
Pintura de Paul Klee
Fabrício Carpinejar
Leve na partida, pesada na volta.
Feita para ser vôo mais do que carne,
ser asa mais do que pata,
ser pluma mais do que couro.
É preciso bater sem machucar,
tocar embaixo para subi-la,
sussurrar em seus ouvidos
como um amante desinibido.
Convencê-la que é um balão,
um chuveirinho, uma janela, uma meia-lua.
A bola não é uma bola,
é tudo menos uma bola.
É uma árvore do ar,
o vento sugerindo curvas de pano.
Um pássaro durante o chute,
um peixe dentro do gol.
PUBLICADO NA CAPA DO CADERNO Futebologia II, Folha de São Paulo
Especial Copa do Mundo, São Paulo (SP) - Domingo, 4/6/06
quinta-feira, 7 de janeiro de 2010
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